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sábado, 6 de fevereiro de 2016

Os Tehuelches – Os Gigantes de Magalhães



Casos de povos de raças de gigantes estão presentes na nossa história: nos primórdios, na antiga Mesopotâmia, nos contos gregos, nos contos bíblicos, na História Pérsia e em suas batalhas, entretanto, todas essas narrativas de povos antigos estavam com um misticismo impregnado e cheias de metáforas e é por isso que a carta descrita Antônio Pigaffeta, o escrivão de Fernão Magalhães tenha sido o relato mais convincente da existência de um povo gigante na Antiguidade. No dia 19 de Maio de 1519, atracados no porto de San Julián, conta Pigaffeta que se distanciando destas ilhas para continuar a rota à 49 graus e 30 min de latitude meridional, foi onde encontraram um porto. E como o inverno se aproximava, julgaram sensato passar ali até o mal tempo cessar. Transcorreram então, dois meses sem que vissem nenhum habitante do país. Um dia, quando menos esperavam, um homem de figura gigantesca se apresentou.

“Estava sobre a areia, quase nu, e cantava e dançava ao mesmo tempo, jogando poeira sobre a cabeça. O Capitão enviou à terra um dos nossos marinheiros, com ordem de fazer os mesmos gestos em sinal de paz e amizade, o que foi muito bem compreendido pelo gigante, que se deixou conduzir a uma pequena ilha, onde o capitão havia descido. Eu me encontrava ali com muitos outros. Deu mostras de grande estranheza ao ver-nos e levantando o dedo queria dizer que acreditava que nós havíamos descido do céu.”  […] “Este homem era tão grande que nossas cabeças chegavam apenas até à cintura. De porte formoso, seu rosto era largo e pintado de vermelho, exceto os olhos, que eram rodeados por um círculo amarelo e dois traços em forma de coração nas bochechas. Seus cabelos escassos, pareciam branqueados por algum pó“. […] “Seu vestido, ou melhor dito, seu manto, era feito de peles muito bem costuradas, de um animal que abunda no país“. “Usam os cabelos cortados em auréola como os frades, porém mais longos e presos em volta da cabeça por uma corda de algodão, na qual colocam as flechas quando vão caçar. Na mão levava um arco curto, pesado, com um cabo um pouco mais grosso do que os do alaúde, e feito dos intestinos do mesmo animal e um feixe de flechas de cana, em vez de penas curtas como o nosso, e com pontos de pedras de sílex branco e preto, na forma de setas turcas, em vez de ferro. Esses pontos foram formados por meio de outras pedras […] Se faz muito frio, prendem estreitamente contra o corpo suas partes naturais“. “Parece que sua religião se limita à adoração do diabo. Julgam que quando um deles está morrendo, aparecem dez ou doze demônios cantando e dançando ao seu redor. O demônio que provoca maior alvoroço e que é o chefe maior dos diabos é Setebos. Os demônios pequenos são chamados Chelele […] Nosso capitão chamou a este povo de Patagões (devido ao tamanho de suas patas)”.

Pigaffeta até mesmo descreveu brevemente um estranho animal que o gigante da patagônia trazia consigo em sua carta: “Este animal tem a cabeça e orelhas de mula, corpo de camelo, patas de cervo e cauda de cavalo e relincha como este”. Também é descrito por Magalhães que as cores reais dos cabelos do gigante eram vermelhos, e sua voz era estridente “como um touro”. Mais tarde, Magalhães e os navegadores aprenderam como os nativos (de tamanho comum) que os gigantes pertenciam a uma tribo vizinha. Notavelmente, os registros de Pigaffeta mostram que Magalhães e seus marinheiros capturaram dois desses gigantes vivos e trouxe a bordo de seu navio com a intenção de levá-lo a Europa, mas infelizmente, ambos os indivíduos ficaram doentes e ambos morreram durante a viagem de volta. E no fim das contas, a viagem de “volta ao mundo” terminara em 1522, mas o intrépido Fernão de Magalhães morrera antes, nas Filipinas, em combate com nativos e tivera seu túmulo no mar. Porém, Pigaffeta, que fora um dos poucos sobreviventes da viagem, sobrevivera para manter esses registros bem a salvo. Cinquenta e oito anos depois, segundo registros de outros exploradores, os gigantes ainda percorriam San Julián. E ninguém menos que o nobre pirata Francis Drake teria registrado em suas empreitadas, diversos encontros entre ele e sua população com os homens ruivos gigantes de até 9 pés de altura. Nos anos que se seguiram, diversos navegadores de diversas nacionalidades teriam relatado a suas coroas e superiores os registros dos homens gigantes de cabelos ruivos que circundavam aquela área.

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